#99 — Bastidores: As Cunhãs

Episódio do podcast Vida de Jornalista publicado em 26/09/2021. Veja aqui a íntegra do roteiro

Vida de Jornalista
10 min readSep 26, 2021

Por Rodrigo Alves

O episódio em áudio está na Orelo, na Deezer, no Spotify, na Apple, no Castbox ou no seu aplicativo preferido (basta buscar por Vida de Jornalista).

O roteiro do episódio na íntegra:

[INÍCIO DO EPISÓDIO]

[LOCUÇÃO]

Oi.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Tudo bem? Eu sou o Rodrigo Alves, esse é o Vida de Jornalista, que chega no seu celular em pleno domingo pra colocar um ponto final na série com bastidores de podcasts jornalísticos das regiões Norte e Nordeste.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Se você acompanhou tudo até agora, você sabe que teve episódio todo dia, já foram seis podcasts fantásticos: o Afluente, o Malamanhadas, o Deixe de Pantim, o Negrê, O Hebreu, Um Rio Que Mudou de Cor… além, claro, dos podcasts que passaram por aqui nas temporadas anteriores dessa série. Toda temporada do Vida tem um lugarzinho reservado pra essa série diária com bastidores de podcasts. Ah, e sobre o Vida, ainda tem essa informação que você já sabe, né?

[VINHETA RÁDIO GUARDA-CHUVA]

[Voz feminina acompanhada do som de um guarda-chuva abrindo]

O Vida de Jornalista tem o selo da Rádio Guarda-Chuva. Jornalismo para quem gosta de ouvir.

[LOCUÇÃO]

E hoje a gente chega no último episódio pra saber mais sobre um dos melhores podcasts de política do país. Bora pro radinho.

[EFEITO DE RÁDIO SINTONIZANDO]

[TRECHO AS CUNHÃS]

- Olá. Estamos de volta com As Cunhãs, o seu podcast de política do Ceará, além de otras cositas más.

[LOCUÇÃO]

Que demais ter As Cunhãs aqui no Vida. E às vezes a gente dá umas sortes, né. Quando eu falei com as Cunhãs pra pedir os áudios do episódio, foi numa quarta-feira, e na sexta, elas iam se reunir pra gravar o podcast presencialmente pela primeira vez. Elas já tinham se encontrado de outras formas, pra fazer live e tal, mas pra gravar o podcast nunca tinha rolado, e rolou no episódio 68.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- Eu sou Kamila Fernandes e, como sempre, estou ao lado de outras duas cunhãs jornalistas enxeridas… a Hébely Rebouças, oi Hébely!

- Gatas enxeridas, né? Tinha até uma marca de jeans, eu acho, que anunciava no jornal: gata enxerida. Pois somos nós, as gatas enxeridas. Meu povo, hoje eu queria só registrar que estamos gravando aqui na minha própria residência, estou recebendo aqui Kamila e Inês, mais uma vez aqui em casa. Mas é a primeira vez que a gente se reúne pra gravar, né? E tá massa, viu? Queria só dizer que já tem um tempo que a gente tá aqui batendo um papo, tomando aqui um vinhozinho.

[LOCUÇÃO]

Então foi no dia dessa farra aí que elas aproveitaram e gravaram também os áudios pra esse episódio do Vida. Sejam muito, muito bem-vindas Hébely Rebouças, Kamila Fernandes e Inês Aparecida.

[HÉBELY]

Oi Rodrigo, oi galera do Vida de Jornalista, que prazer tá aqui.

[KAMILA]

Oi Rodrigo, oi galera que escuta aí o Vida de Jornalista. Um prazer tá aqui.

[INÊS]

Oi, Vida de Jornalista. Ai, um prazer estar com vocês. Achei chique demais vocês chamarem a gente.

[LOCUÇÃO]

Ah, chique é ter aqui no Vida essas três vozes que eu já tô tão acostumado a ouvir, dando aula de política toda semana. Mas eu quero ouvir mais. Então pra quem por acaso ainda não conhece as Cunhãs, bora começar com as três se apresentando, pode ser? Vamos lá.

[EFEITO CYMBAL]

[HÉBELY]

Eu sou Hébely Rebouças, faço parte do podcast As Cunhãs, que é de política do Ceará e outras cositas más, e sou jornalista, formada na Universidade Federal do Ceará, hoje trabalho também na UFC, na assessoria de imprensa, sou doutoranda em comunicação e toda semana tô aqui com Inês Aparecida e Kamila Fernandes nessa bagunça maravilhosa que é As Cunhãs.

[KAMILA]

Ó, cê já tá notando pelo sotaque que eu sou a infiltrada, né? Porque meu sotaque não tem jeito. Eu sou a Kamila Fernandes, sou jornalista, paulista, tô no Ceará há mais de 20 anos, mas o sotaque não tem jeito não. Mas eu já recebi o título de cidadã cearense extraoficialmente pelas Cunhãs, então já tá tudo certo, fui adotada pelo estado do Ceará.

[INÊS]

Eu sou Inês Aparecida, uma das três Cunhãs, que a gente fala sobre política, principalmente do estado do Ceará. A gente também se mete com política nacional e até internacional, porque a gente é besta, viu?

[LOCUÇÃO]

E continuem sendo, por favor!

[INÊS]

Eu sempre trabalhei com política, fui editora de política do jornal O Povo. E depois saí de jornal, fiz assessorias de campanhas políticas. E é um vício, viu? E um vício que a gente peleja pra sair, vai até pro AA mas não consegue sair.

[LOCUÇÃO]

Bom, ainda bem que nem o AA consegue tirar essas três da Política, melhor pra gente, a gente segue ouvindo As Cunhãs toda semana, já são quase 70 episódios desde maio de 2020, bem ali no começo da pandemia. E eu já tô curioso pra saber como tudo começou e pra ouvir historinha de bastidores.

[HÉBELY]

As meninas vão contar umas histórias aqui, viu, pra vocês. Um beijo pra todos.

[LOCUÇÃO]

Valeu, Hébely, obrigado. Eu vou passar a bola pra Kamila, pra aquele momento As Cunhãs, dois pontos, origens.

[KAMILA]

Acho que é bacana a gente contar um pouquinho o início, né? Como é que foi o começo da nossa história.

[LOCUÇÃO]

Beleza, vamos nessa.

[KAMILA]

Foi, lógico, por causa da pandemia, pela ociosidade, mas também por uma vontade de estar de volta ao mercado, de fazer alguma coisa no meio político, né? Eu trabalhei na Folha de São Paulo por muitos anos, como correspondente inclusive da Folha em Fortaleza. Quase 10 anos, foram 9 anos e um pouquinho. Também trabalhei com uma editora-adjunta de Política no jornal O Povo, trabalhei com uma editora na TV O Povo. Depois me tornei professora da Federal do Ceará, onde estou até hoje, né? E tava coçando pra fazer alguma coisa. E ainda a gente sentindo o mercado muito fechado pra mulheres falarem de política, aqui no Ceará especialmente. A gente vê que no nacional tem muitas mulheres falando de política. Mas em termos locais, muito poucas, poucas vozes femininas. Aqui é muito pouca mesmo. E mesmo quem cobre política, essas vozes masculinas, não cobrindo da forma que a gente achava que precisava, de uma forma mais crítica, trazendo mais bastidores, trazendo elementos que tavam ali escondidos, e que a gente achava que seria interessante fazer.

[LOCUÇÃO]

Foi aí que aconteceu a mágica.

[KAMILA]

Então, a gente se uniu, né? Eu e Inês e Hébely, três mulheres jornalistas que adoram política, pra fazer isso. E como hobby, se tornou hoje a nossa principal paixão, que nos move mesmo. E a gente tem certeza que tá fazendo a diferença aqui no estado do Ceará, mas não só. A gente tá inspirando também esse mesmo tipo de ação, de mobilização, de atitude em outros estados, em outros locais. A política local é tão importante quanto a nacional, às vezes até mais importante. Tem muita influência. E é importante não deixar de cobrir. Então, por isso que a gente tá nesse jogo aqui.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Muito bom, Kamila, obrigado. O podcast realmente é de um nível altíssimo de informação, tanto nos episódios que vão passando por vários temas, como nos perfis que elas traçam de alguns personagens que, pro bem ou pro mal, são relevantes na política brasileira.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- Já desvendamos o Ciro Gomes, no episódio 51, o governador Camilo Santana, no episódio 54. E agora, nesse episódio 60, nossa proposta é desvendar um personagem que se notabilizou muito nessa CPI da Covid não necessariamente pela performance combativa, digamos assim. Trata-se do senador Eduardo Girão, o famoso Giroquina, como a Inês apelidou.

[LOCUÇÃO]

Esse episódio sobre o Eduardo Girão é impagável. E no fim das contas a gente ainda se diverte ouvindo, porque as três são divertidas, engraçadas. E falando nisso, é claro que não dá pra passar aqui pela série do Vida sem contar uma historinha de bastidores, né, um momento especial. Então eu vou chamar a Inês pra recordar um momento que deu o que falar, por um motivo quase aleatório e meio inusitado.

[INÊS]

Uma história engraçada que aconteceu com a gente, nesse um ano e pouco pra cá, que a gente tem esse podcast, foi uma tal da história da Loura do Pacajus.

[LOCUÇÃO]

Meu deus, lá vem. Bom, Pacajus é uma cidade da região metropolitana de Fortaleza, e ali um pouco antes da eleição de 2020, o podcast obviamente tratou muito desse tema, e teve um episódio, o episódio 16, que foi sobre as campanhas nas cidades da região metropolitana. E ali tinha de tudo, elas falaram das candidaturas naqueles municípios, política em família, denúncia de corrupção, e iam falando dos candidatos. Eu lembro que tinha até um político chamado Flankly.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- O filho de José Wilson, que é o neto do Expedito, ou seja, já vem de pai para filho, é o Flanky Chaves, também foi cassado. Eu não tô dizendo errado não, o nome dele é assim mesmo, Flankly. F de farinha…

- Flank?

- É. F de farinha, L de ladrão, A de água, N de nada, L de lata, e Y. Y? Isso aqui é Y? É.

- (risos)

- Pronto, Flankly, tu pensa que eu tô errando o nome, não é Franklin não, é Flankly Chaves. Mas também foi cassado.

[LOCUÇÃO]

Eu adorei o L de ladrão, mas tudo bem, segue o jogo. E lá no episódio foram várias cidades, Maranguape, Caucaia, Chorozinho. Chorozinho é a cidade do Lidomar, do Hebreu, que já passou aqui na série, cê lembra?

[LIDOMAR]

Eu me chamo Lidomar Nepomuceno, natural de Chorozinho, interior do Ceará.

[LOCUÇÃO]

Pois é, teve Chorozinho, teve São Gonçalo do Amarante, Cascavel, Horizonte, e aí chegou a vez de Pacajus.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- Agora, Pacajus. Pacajus é um pouquinho mais longe, 55 quilômetros. Pra quem não tá ligando o nome à pessoa…

- Além do Horizonte, deve ter Pacajus (cantarolando)

- É, além do Horizonte é Pacajus, tá entendendo?

[LOCUÇÃO]

E aí na hora de falar de Pacajus…

[INÊS]

Foi assim, eu realmente reconheço que errei. Chamei uma candidata a prefeita na época porque ela era loura, eu digo: era loura à força, ela é loura pintada.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- E tem uma ex-vereadora da cidade, Lívia Menezes, que também é candidata. Lívia Menezes, olha o sobrenome, prima legítima do Teodorico. É candidata pelo PT. E a pessoa que me contou as histórias de lá disse que ela só quer ser a Luizianne. Pintou até os cabelos de louro, bem louro pra ser chamada também a loura do PT.

[INÊS]

Mas, criatura, a miserável não era não, ela era loura mesmo, ó. Depois ela ficou mandando fotos inclusive da infância dela, e as pessoas também postaram no Facebook, no Instagram. Menino, foi assim uma revolução. Porque eu errei, e eu digo minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Porque essa história… agora eu achei engraçado que ela ficou tão zangada. Talvez se a gente tivesse chamado ela de corrupta, de alguma coisa, não tivesse causado tanta polêmica, mas foi a história dela ser loura, porque eu disse inclusive que ela era loura porque queria imitar a Luizianne Lins, que na época ela foi do PT, mas não é. A companheira lá do Pacajus é loura de nascença, e eu tiro e tiro essa bobagem que eu disse.

[LOCUÇÃO]

E na abertura do episódio seguinte, tava lá a Inês fazendo a errata da Loura de Pacajus.

[TRECHO AS CUNHÃS]

- Eu vou fazer aqui um reparo do programa anterior, da região metropolitana, quando eu citei uma candidata a prefeita de Pacajus. A Lívia Menezes, eu falei que ela quer ser a Luizianne, que é loura, e inclusive pintava o cabelo. Pois eu me enganei. Ela não pinta o cabelo. Ela é loura de nascença. Atualmente faz umas luzes e tal. Mas é loura, ela não é pintada.

[LOCUÇÃO]

“Atualmente faz umas luzes” é um trecho maravilhoso.

[INÊS]

Pois foi assim a polêmica de um ano pra cá que eu achei mais engraçada foi essa da história da Loura de Pacajus.

[LOCUÇÃO]

Muito bom, Inês, obrigado por lembrar essa história maravilhosa. Adorei saber um pouquinho mais dos bastidores das Cunhãs, obrigado também à Hébely e à Kamila, vocês são demais.

[KAMILA]

Valeu demais pelo convite. Obrigada mesmo, viu? Grande abraço.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Eu que agradeço. E se você por acaso ainda não escuta As Cunhãs, procura aí no seu tocador de podcast, urgente, segue lá no Twitter e no Instagram a @ é a mesma, @ascunhaspodcast. Segue também os outros podcasts da região Nordeste que passaram aqui pela série, Malamanhadas, Deixe de Pantim, Negrê, O Hebreu. É claro que uma série de uma semana não dá conta de cobrir tudo, a produção de áudio no Nordeste é muito extensa, tem muita coisa boa sendo feita. Vários outros podcasts podiam ter aparecido aqui na série, o querido Budejo, o Kilombas, o Arrumadinho, que é o podcast da Marco Zero Conteúdo, o RapaduraCast sobre cinema, o Umbucast, do Daniel Nascimento, que é um ótimo podcast narrativo de Pernambuco, enfim, o Calumbi, o SerifaCast, o Entretidas, o Cirandeiras, o Elas Pesquisam, o Bar do Gordo, o PolímataCast, o Debaixo do Cajueiro, o Prosa Nordestina. Essa lista não acaba nunca. E tem os da região Norte, além do Afluente e do Um Rio Que Mudou de Cor, que passaram aqui pela série, vários outros também caberiam: o Amazônia Indígena, o Áudio Wayuri feito por comunicadores indígenas, o Peça para Entrar do Amapá, o Vocativo, o Pod Guaraná, o Laguinho da Joey, o ótimo Carta Amazônia, enfim. Se não deu tempo de anotar tudo volta aí esse trechinho e vai adicionando todos esses podcasts na sua biblioteca no tocador, seu fone de ouvido vai ficar bem mais rico. E se ficar com dúvida em alguma grafia, como é que escreve o nome daquele podcast? É um bom gancho pra eu te lembrar que todos os episódios do Vida têm transcrição em texto, na íntegra, pra pessoas surdas ou com alguma deficiência auditiva. Então se você quiser indicar pra alguém que não consegue ouvir, dá pra consumir lendo também. Ou pra você que gosta de ler os roteiros. O link sempre tá na descrição do episódio, ou é só buscar pelo Vida de Jornalista no Medium, M E D I U M.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Bom, me diz o que você achou da série. Eu sempre lembro que o Vida tem a campanha de financiamento online que é muito importante, no Catarse, no PicPay ou na Orelo. E depois dessa maratona de sete episódios em sete dias, vou te dar um descanso rapidinho. Eu não sei se você percebeu que esse é o episódio 99. Então o próximo é o 100, grande momento. Agora o Vida faz mais uma pausinha, de menos de um mês, e se tudo der certo, o episódio 100 encerra a terceira temporada no dia 20 de outubro. Vai ser um documentário em áudio sobre diversidade e inclusão no jornalismo. Um tema que vira e mexe passa por aqui, mas eu já queria fazer um episódio especial sobre esse assunto há muito tempo. Agora vai rolar. Então um beijo, um abraço, e até daqui a pouco!

[FIM DO EPISÓDIO]

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