#94 — Bastidores: Malamanhadas

Episódio do podcast Vida de Jornalista publicado em 21/09/2021. Veja aqui a íntegra do roteiro

Vida de Jornalista
10 min readSep 21, 2021

Por Rodrigo Alves

O episódio em áudio está na Orelo, na Deezer, no Spotify, na Apple, no Castbox ou no seu aplicativo preferido (basta buscar por Vida de Jornalista).

O roteiro do episódio na íntegra:

[INÍCIO DO EPISÓDIO]

[LOCUÇÃO]

E aí? Eu sou o Rodrigo Alves, esse é o Vida de jornalista, e como você já sabe…

[VINHETA RÁDIO GUARDA-CHUVA]

[Voz feminina acompanhada do som de um guarda-chuva abrindo]

O Vida de Jornalista tem o selo da Rádio Guarda-Chuva. Jornalismo para quem gosta de ouvir.

[LOCUÇÃO]

É, e como eu sei que você gosta de ouvir, essa é a série Bastidores, pra você conhecer mais podcasts de jornalismo, ou caso você já conheça, pra você entender melhor como eles são feitos.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Essa série rolou na primeira temporada do Vida, depois rolou na segunda temporada, e agora na terceira temporada ela tá de volta, uma semana cheia, com episódio todo dia, dessa vez trazendo podcasts produzidos nas regiões Norte e Nordeste. A série começou no Norte, com o Afluente, e hoje a gente pula pro Nordeste, mais especificamente pro Piauí. Bora sintonizar aqui o radinho.

[EFEITO DE RÁDIO]

[VINHETA MALAMANHADAS]

A palavra Malamanhadas cantada.

[LOCUÇÃO]

Muito bem, hoje a gente recebe aqui no Vida o Malamanhadas, que a gente pode até dizer que é bem mais do que um podcast. Em vários sentidos. Primeiro porque no próprio feed do Malamanhadas tem podcasts diferentes, formatos diferentes, já já a gente vai entender isso. Segundo porque o Malamanhadas também é uma produtora de conteúdo. E terceiro porque é um dos organizadores da Rede Nordestina de Podcasts. Então já viu que tem muita coisa pra falar aqui hoje, né? Bora chamar pro papo uma das pessoas mais agregadoras da podosfera, ela tá sempre envolvida com várias coisas e com um monte de gente. Tô falando da queridíssima Aldenora Cavalcante.

[ALDENORA]

Oi gente, eu sou Aldenora Cavalcante, jornalista, em Teresina, no Piauí. Tenho 27 anos, sou formada em Jornalismo há alguns anos, né, desde 2016. Mas eu atuo na área desde os 18, desde 2012. Sempre envolvida com vários projetos, estágios, trabalhos…

[LOCUÇÃO]

Eu avisei que Aldenora tá sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo.

[ALDENORA]

É, eu tô sempre envolvida com muitas coisas, nunca paro, assim…

[LOCUÇÃO]

Tô sabendo. Mas atualmente…

[ALDENORA]

Atualmente eu estou sendo repórter de um site local, que é o estado do Piauí e também escrevo pra revista Revestrés. Mas o que eu gosto mesmo de escrever é falando sobre gênero, questões raciais, sempre questionando a presença das mulheres e as pessoas LGBT nos lugares, violências relacionadas também, violações dos direitos humanos dessas pessoas, me incluindo então enquanto mulher negra também, mulher negra de pele clara. E sempre estou envolvida com projetos que eu acredito muito. Então você vai me ver nesses projetos e de diversas áreas.

[LOCUÇÃO]

A gente vai falar de alguns desses projetos aqui. Mas vamos começar pelo podcast.

[ALDENORA]

É, eu integro o Malamanhadas podcast e Malamanhadas produtora, sou co-fundadora junto com a minha amiga Ananda Omati. Além do podcast eu também pesquiso podcast. Recentemente eu terminei meu mestrado em Comunicação, onde eu pesquisei e estudei mulheres negras na podosfera brasileira. Porque eu acredito muito em aliar a teoria, o que a gente produz na academia, com a prática. Então, como eu já faço podcast tem uns anos, eu achei interessante e eu fiquei motivada em trazer o meu envolvimento com podcast e tudo que isso representa para mim para a pesquisa. Então eu tô sempre aí aliando tudo isso, sabe?

[LOCUÇÃO]

Sei bem, e admiro como a Aldenora consegue fazer tudo isso ao mesmo tempo, só de ouvir eu já tive que tomar um fôlego aqui. Mas vamos voltar quase três anos no tempo pra entender como surgiu o podcast.

[ALDENORA]

O Malamanhadas surgiu em 2018, foi idealizado pela jornalista Amanda Omati, também minha amiga de infância. Foi motivado principalmente com as nossas inquietações, sobre a gente não se ver representada na mídia, sobretudo nas temáticas que eram debatidas nos espaços. Na época eu lembro que eu tava começando a me envolver com o feminismo, lendo, praticando esse olhar diante da sociedade. E a gente não se via muito bem representada. A gente gostava de podcasts que estavam sendo produzidos e que serviram de inspiração pra gente pra criar, né? Só que assim, sempre eram podcasts criados por pessoas do Sul, Sudeste, e as questões e experiências eram outras. Partindo disso a gente resolveu criar o nosso próprio podcast, e surgiu o Malamanhadas lá em 2018, no fim de 2018.

[TRECHO MALAMANHADAS]

- Bem-vindos ao Malamanhadas, está começando o seu podcast feminista piauiense.

- Uhuu! (risos)

- Eu sou Ananda Omati.

- Eu sou Aldenora Cavalcante.

- Eu sou Deborah Falconete.

- Malamanhadas!

[ALDENORA]

O nosso podcast tem vários formatos dentro do nosso feed. O formato principal é um formato de entrevistas, onde a gente sempre traz uma convidada pra debater uma temática mais aprofundada…

[LOCUÇÃO]

Esse formato você encontra com a numeração própria, ali no feed, já são quase 30 episódios.

[TRECHO MALAMANHADAS]

- E é com esse peso de simbolismo que a gente inicia esse episódio, com uma parceria com um podcast que acompanhamos e admiramos muito, o Kilombas. Que é um podcast feito por Letícia Feitosa, Leissa Feitosa e Alice Sousa, que são mulheres negras do Ceará.

[LOCUÇÃO]

Esse é o episódio 28, e falando no Kilombas, que foi citado aí, se você quiser saber um pouquinho mais dos bastidores, a Letícia Feitosa participou da oficina do Vida, e no episódio das turmas de março, depois procura lá, ela conta uma historinha de bastidores do Kilombas, que é vizinho de estado do Malamanhadas.

[ALDENORA]

A gente sempre prioriza convidados locais, porque a gente acredita que aqui no Nordeste, aqui no Piauí, principalmente em Teresina e nas cidades aqui do Piauí, se produz conhecimento, e não só conhecimento de uma forma engessada, algo nesse sentido, mas conhecimentos também partindo de vivências. Então a gente sempre tá preocupada com isso. A gente vem de uma realidade brasileira em que muitas vezes o conhecimento só é válido se ele é produzido por regiões do eixo, né? No caso eixo Rio-São Paulo. Então nós surgimos já sempre com essa vontade de trazer pessoas para serem nossos convidados no podcast que são daqui.

[LOCUÇÃO]

E além desse formato de entrevistas, tem mais no Malamanhadas.

[ALDENORA]

O segundo formato que a gente abrange é o POWDI.

[LOCUÇÃO]

POWDI é P-O-W-D-I.

[ALDENORA]

POWDI é uma expressão que a gente usa aqui pra dizer que uma coisa não tá bem feita, algo nesse sentido, mas enfim, é muito brincadeira assim mesmo. E nele a gente conversa entre entre nós da equipe sobre determinadas temáticas de forma mais intimista.

[TRECHO MALAMANHADAS]

- Música

- Hoje o POWDI do Malamanhadas é muito fofo, gente. É sobre amizade e os vários tipos de amizades. Vamos falar também sobre o que é ser amigo, se funciona só de uma forma, como a gente liga com amigos ao longo dos nossos anos, cada temporada as relações mudam. E também vamos fazer uma espécie de quiz do amigo, pra tentar identificar que tipo de amigo temos nas nossas vidas.

[ALDENORA]

E recentemente a gente inseriu mais um novo formato, que é o Caché Feminista, que são episódios mais curtos, que são nossos testes de tentar um outro formato, um formato mais amarrado, roteirizado, no sentido de não ter foco só de entrevistas, maiss informativo, mais jornalístico.

[TRECHO MALAMANHADAS]

- Música

- Durante o mês de junho, acompanhamos as buscas por Lázaro Barbosa, suspeito de ser responsável por chacina ocorrida no Distrito Federal e de pelo menos sete crimes na região. Mas quais são os riscos desse tipo de cobertura? E as implicações de grandes operações televisionadas que se convertem em espetáculos e transformam criminosos em famosos? E qual é a responsabilidade da mídia nesse tipo de ação? Essas são as perguntas que guiam o Caché Feminista de hoje. Vem com a gente refletir sobre isso!

[ALDENORA]

E é isso, assim, o Malamanhadas pra gente é muito de querer mostrar que a gente aqui produz conhecimento e conteúdo com qualidade, de forma crítica, e que somos diversas também. Atualmente nossa equipe é formada por quatro pessoas: eu Aldenora, a Ananda Omati, a Jade Araújo e a Joara Carneiro. E a gente se divide na funções, seja de produção, seja de elaboração de roteiro, gravação.

[LOCUÇÃO]

E essas gravações sempre levando em conta quais pautas e quais pessoas vão entrar no podcast.

[ALDENORA]

Mulheres negras, mulheres LGBTs, pessoas LGBTs, porque a gente acha importante construir o nosso espaço coletivamente incluindo essas pessoas, que a gente também se inclui, né? Nossa equipe tem mulheres negras, tem pessoas lésbicas, bissexuais. A gente acha importante muito, enquanto um podcast feminista, ter esse cuidado interseccional também voltado para as mulheres. E parte muito disso, né, de a gente não se ver representada, e que a gente queria fazer o nosso próprio podcast.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Depois de um ano e meio gravando o Malamanhadas presencialmente, a Aldenora chegou a ficar um tempinho afastada por causa do mestrado, e quando ela voltou, veio junto a pandemia, que obrigou as gravações remotas.

[ALDENORA]

Foi um desafio imenso pra gente manter o podcast. Quando a gente terminou o primeiro ano de pandemia, que é o 2020, a gente ficou muito feliz de ter concluído, ter gravado tudo que a gente planejou pra gravar, todas as ações, inclusive lançamos uma produtora. Então foi algo muito importante e especial pra mim.

[LOCUÇÃO]

Tá aí um bom gancho pra gente falar da produtora Malamanhadas.

[ALDENORA]

Que surgiu também de um desejo de uma vontade de produzir e de incentivar e de construir de uni podcasts produzidos na região Nordeste. A experiência tá sendo muito desafiadora e satisfatória. Eu sei que toda vez que a gente faz pergunta de como é criar alguma coisa, a gente diz ah, é desafiadora, mas é porque realmente é. Mas a gente teve um retorno muito bom assim, sabe?

[LOCUÇÃO]

A primeira estratégia foi investir em podcasts feitos no Piauí.

[ALDENORA]

Então a gente começou a parceria com o Debaixo do Cajueiro, construiu o Debaixo do Cajueiro, construiu o Entretidas, que são dois podcasts aqui do Piauí, e exclusivos do Malamanhadas.

[TRECHOS DEBAIXO DO CAJUEIRO E ENTRETIDAS]

- Olá, filhos e filhas da terra, sejam muito bem-vindos a mais um episódio do Debaixo do Cajueiro. Meu nome é Elanny Silva, eu sou a Clara Bispo, e no episódio de hoje a gente vai trazer algumas reflexões e compartilhar um pouco do nosso íntimo desse que é o nosso lugar.

- Música e efeito de rádio sintonizando

- Ok, ok! Bomba! Mais um episódio do nosso podcast Entretidas está no ar. Eu sou Flávia Carvalho. Oi gente, eu sou Ilrianny Alves. Oi meu povo, eu sou Jéssica Libânio. Está começando esse podcast maravilhoso, que fala do que o Brasil gosta. E o que é que o Brasil gosta, Jéssica? O Brasil gosta de meme, né, de barraco ao vivo, e de rir das subcelebridades, socorro!

[ALDENORA]

E depois a gente conseguiu contatos com outros estados pra fazer parcerias com ideias que já estava feitas, aí surgiu a parceria com o Negrê.

[LOCUÇÃO]

O Negrê podcast vai estar aqui na série bastidores, é o nosso episódio de quinta-feira, já anota aí na agenda.

[ALDENORA]

E com o Elas Pesquisam, as meninas, a Claudia e a Eliana, que enfim a gente se admira muito, e nos tornamos amigas.

[TRECHO ELAS PESQUISAM]

- Música

- Olá, pesquisadoras e pesquisadores desse nosso Brasil. Nós vamos conversar hoje sobre um assunto muito caro pra nós, que fazemos o podcast Elas Pesquisam, que são as políticas de saúde mental no Brasil.

[ALDENORA]

E a gente tem muita vontade de só crescer com a produtora e de investir mais em podcasts feitos no Nordeste.

[LOCUÇÃO]

E além da produtora, o Malamanhadas é um dos criadores da Rede Nordestina de Podcasts, é uma iniciativa ao lado do outros três podcasts: o Elas Pesquisam, que a gente ouviu agora, um beijo pra queridíssima Eliana, que fez a oficina do Vida, O Hebreu, que também vai estar aqui na série, na sexta-feira, e o Lidomar e a Lia que fazem o Hebreu também estiveram na oficina, e o Calumbi, de outra querida que é a Adriana Santana, que também fez a oficina, a oficina do Vida é muito bem frequentada. Mas enfim, a rede tá catalogando podcasts produzidos no Nordeste, já são mais de cem programas inscritos, dos 9 estados da região, eles tão elaborando um estatuto, uma iniciativa legal demais. É esse tipo de iniciativa que sai da cabeça da Aldenora Cavalcante.

[ALDENORA]

E enfim, está sendo muito bom e muito desafiador, e é isso, a gente, a expectativa é que a gente consiga produzir mais podcasts e juntar nossas ideias com outros podcasts, parcerias, e é isso.

[MÚSICA]

[LOCUÇÃO]

Obrigado demais, Aldenora, parabéns pelo trabalho, crescendo cada vez mais. Você que tá aí ouvindo, segue lá no Twitter e no Instagram, @malamanhadas e @aldecavalcante.

[LOCUÇÃO]

E já que esse episódio tá saindo na terça-feira, isso me lembra da Rádio Guarda-Chuva, porque terça é dia de Finitude. O podcast da Juliana Dantas e do Renan Sukevicius tá em recesso agora, mas já anunciou que volta em outubro pra mais uma temporada de episódios inéditos, então falta pouquinho. Se você ainda não viu procura nas redes do Finitude o trailer da temporada nova, que tá uma lindeza, procura lá.

[LOCUÇÃO]

A série de bastidores do Vida volta amanhã. E o episódio de amanhã vai ser tipo aquele do Entretidas que a gente ouviu ainda há pouco, lembra, com os tumultos da TV?

[TRECHO DEIXE DE PANTIM]

Tem erro técnico, e tem barraco e confusão.

Mulheres sertanejas falando sobre tudo quanto é coisa.

[LOCUÇÃO]

Na quarta-feira a gente vai pro sertão de Pernambuco pra conhecer melhor o fantástico Deixe de Pantim. Imperdível. Um beijo, um abraço, e até lá!

[FIM DO EPISÓDIO]

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